Há cerca de um mês, as campas do cemitério hindu, localizado na cidade da Beira, têm estado a ser vandalizadas. Os autores, até agora desconhecidos, extraem delas tudo o que é metálico, para, provavelmente, venderem na sucata.
José Casimiro, que tem seus entes queridos sepultados no referido cemitério, disse à nossa reportagem que a vandalização é um acto vergonhoso que afecta de forma muito negativa o meio dos familiares ainda em vida.
“É muito triste o que estamos a viver. Numa das visitas à campa do meu filho, fui surpreendido com cenários horríveis. Os vândalos retiraram toda a cobertura de bronze que estava em volta da fotografia dele. É vergonhoso. Até os mortos não descansam em paz”, lamentou Casimiro.
Os funcionários do município, que zelam pelo cemitério, disseram que as vandalizações são antigas, “só que, nos últimos meses, se intensificaram. Primeiramente, os autores destas vandalizações roubavam apenas o material que usávamos para a sepultura, nomeadamente pás, baldes e barras. Depois, de forma gradual, atacaram as campas, roubando as cruzes metálicas e todos os outros bens, feitos de ferro, bronze e ou mármore, deixados pelos familiares dos defuntos nas campas. Eles fazem isso durante a noite, pois se aproveitam da falta de guarda neste cemitério para vandalizarem as campas”, explicou João Fulande, um dos trabalhadores do cemitério.
Manuel Joaquim, vereador de gestão urbana e equipamentos, responsável pela gestão dos cemitérios, reconheceu o problema e a preocupação dos familiares. Joaquim afirmou que, em coordenação com as lideranças locais, o policiamento comunitário já foi aprimorado e que a polícia já está a par das vandalizações.
“O SERNIC já está a investigar este caso e tenho fé de que os vândalos serão localizados e responsabilizados, tal como aconteceu há cerca de três anos, no cemitério Santa Isabel, no centro da cidade, onde os autores foram detidos, julgados e condenados. Pedimos, igualmente, a colaboração de todos os munícipes na localização dos malfeitores”, pronunciou-se Manuel Joaquim.
Fonte:O País