Simango entende que governo e Renamo podem estar à busca de entendimentos apenas para acomodar realização das próximas eleições

O líder do Movimento Democrático de Moçambique, Daviz Simango, mostrou-se ontem preocupado com o estágio actual do processo de diálogo político em curso no país, que tem em vista o alcance de uma paz efectiva.  Simango entende que o governo e a Renamo podem estar à busca de entendimentos apenas para acomodar a realização das próximas eleições, o que, para si, pode minar o bem-estar dos moçambicanos. “Por exemplo, a introdução de eleições provinciais implica mudanças das nossas leis. Mudança de lei significa um debate na Assembleia da República e, para tal, o órgão tem de auscultar os moçambicanos. As eleições para 2019 têm de ser convocadas até Abril do próximo ano, segundo a lei, mas até agora a Assembleia da República ainda não recebeu nenhum documento atinente às eleições dos governadores”, referiu, para depois acrescentar que “eventualmente, tudo será feito à margem das leis, para acomodar interesses políticos do momento, e, depois das eleições, os que se sentirem prejudicados irão recorrer à força das armas e voltaremos à instabilidade”. Por isso, deixou um apelo: “Vamos de forma inclusiva discutir a nossa democracia e garantir a construção de uma paz efectiva”. Simango defende a construção de uma paz efectiva baseada numa democracia pura e exorta ao cumprimento da lei e não de agendas políticas. O dia 28 de Agosto é considerado “dia de revolução” no seio do MDM, porque foi nessa data, em 2008, que foram rompidos os laços entre Daviz Simango e a Renamo. Os contornos da cisão não são do domínio público, sabe-se apenas que, na sequência, a “perdiz” apostou em Manuel Pereira para concorrer na Beira, em detrimento de Daviz Simango. No mesmo dia, milhares de membros da “perdiz” revoltaram-se contra a decisão, apoiaram a candidatura independente de Daviz Simango e, no ano seguinte, fundaram o MDM. Para celebrar a data, os membros do partido marcharam, ontem,  por algumas ruas da cidade da Beira, uma marcha que foi desaguar no bairro dos Pioneiros,  exactamente no ponto onde, naquele dia, foram feridos alguns apoiantes de Daviz Simango com balas da polícia, chamada pela Renamo para dispersar os manifestantes. A celebração da data contou com a presença de vários membros seniores do MDM oriundos de outros pontos, com destaque para o edil de Quelimane e a presidente da liga feminina deste partido.

Fonte: O Pais -Politica

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