Um comunicado do Banco de Moçambique, na posse da “Folha de Maputo”, indica que esta decisão é sustentada pela ligeira melhoria das perspectivas da inflação doméstica no curto e médio prazo, não obstante o agravamento dos riscos e incertezas, sobretudo os associados à pressão fiscal, aos choques climáticos no país e ao aumento dos preços do petróleo e dos bens alimentares no mercado internacional.Os riscos e incertezas associados às projecções de inflação agravaram-se. A nível interno, destaca-se o aumento da pressão fiscal perante os enormes desafios que o país atravessa, as incertezas quanto ao prolongamento e magnitude dos efeitos da COVID-19 na economia, e o impacto dos choques climáticos. A nível externo, realça-se a tendência para o aumento dos preços do petróleo e dos bens alimentares, o agravamento da tensão geopolítica na Europa, bem assim a prevalência das incertezas em relação aos efeitos da pandemia. As perspectivas de inflação para o curto e médio prazo foram revistas em baixa, mantendo-se em um dígito. A inflação anual manteve-se estável em Dezembro de 2021, tendo-se fixado em 6,7%, após 6,8% em Novembro, favorecida pela redução do preço dos bens alimentares e bebidas não alcoólicas, num contexto de estabilidade do Metical. A inflação subjacente, que exclui os preços dos bens e serviços administrados e das frutas e vegetais, desacelerou. Para o curto e médio prazo, antevê-se uma menor aceleração da inflação a reflectir, principalmente, a estabilidade do Metical, não obstante as perspectivas de aumento dos preços dos bens alimentares e do petróleo no mercado internacional.Mantêm-se as perspectivas de melhoria da actividade económica em 2022. Estas previsões decorrem do relaxamento das medidas de contenção da propagação da COVID-19 a nível doméstico e mundial, da execução dos projectos de gás natural na bacia do Rovuma e da maior dinâmica do sector externo. No entanto, o retorno ao crescimento económico sustentável continuará a exigir o aprofundamento de reformas estruturantes na economia, visando fortalecer as instituições, melhorar o ambiente de negócios, atrair investimentos e gerar emprego.A dívida pública interna aumentou. Em Dezembro de 2021, a dívida pública interna, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, aumentou em 2,4 mil milhões para 220,6 mil milhões de meticais.As perspectivas macroeconómicas recentes são consentâneas com a manutenção do actual nível da taxa MIMO no curto prazo, por forma a garantir uma inflação baixa e estável, que constitui o principal objectivo do Banco de Moçambique. Entretanto, o CPMO continuará a monitorar a evolução dos riscos e incertezas associados às projecções de inflação e não hesitará em tomar as medidas correctivas necessárias.A próxima reunião ordinária do CPMO está agendada para o dia 30 de Março de 2022. Refere o “BM” em comunicado.

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