Tudo parecia ter acalmado, na província de Cabo Delgado, quando o Porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suazi, disse, na passada terça-feira, que os insurgentes se haviam retirado livremente de Mocímboa da Praia, onde atacaram no dia anterior (segunda-feira).

 

Mas, debalde! Nesta quarta-feira, o grupo que aterroriza alguns distritos da província de Cabo Delgado escalou o distrito de Quissanga, localizado na parte central da província, estando a 102 Km da Cidade de Pemba.

 

Segundo contam as fontes, os terroristas protagonizaram um ataque jamais visto naquele distrito, desde o ataque à Bilibiza. Tal como aconteceu em Mocímboa da Praia, os insurgentes ocuparam a residência oficial do Administrador. O ataque começou por volta das 4:00 horas, tendo terminado por volta das 11:00 horas. As fontes reportam a morte de seis membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS).

 

Conforme contaram as fontes, o grau de destruição é elevado. Reporta-se a destruição de viaturas das FDS e de propriedades públicas e privadas, como Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM); casas incendiadas; e a recolha de quantidades elevadas de armamento.

 

Ainda não se conhece a real dimensão dos danos patrimoniais, assim como o número de vítimas mortais, porém, fontes afirmam que algumas pessoas já tinham deixado a aldeia, quando os insurgentes escalaram a área.

 

Fontes garantem ainda que antes de escalar a vila-sede de Quissanga, os insurgentes atacaram, na passada terça-feira, a aldeia Mussomero, que dista a sete quilómetros daquela vila-sede, onde, igualmente, raptaram mulheres e três e quatro jovens.

 

Face à situação que vem ocorrendo nos outros distritos, a população da vila-sede de Macomia está agitada e com muito medo, conforme descreveu uma fonte naquele distrito. A fonte disse que os cidadãos tentam, a todo o custo, embarcar para a cidade de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado e outros pretendem regressar ao Posto Administrativo de Mucojo, onde decorreram os primeiros ataques naquele distrito.

 

Refira-se que, contrariamente ao que aconteceu no assalto à Mocímboa da Praia, onde o Comando-Geral da PRM convocou a imprensa para anunciar a “triste notícia”, esta quarta-feira a Corporação decidiu manter-se no silêncio. Sublinhar que, na passada terça-feira, o grupo terrorista Estado Islâmico da África Central (ISCAP) reivindicou o ataque à Mocímboa da Praia, onde também foram recolhidas quantidades elevadas de armamento bélico. (Carta)

Fonte: Carta de Moçambique

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