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Michael Flynn manteve contatos extraoficiais com embaixador da Rússia nos Estados Unidos antes de assumir o posto e teria mentido às autoridades quando confrontado sobre episódio

Antes mesmo de completar um mês, o governo Trump já teve sua primeira baixa.

O assessor de segurança nacional, Michael Flynn, se viu obrigado a renunciar em meio à pressão gerada pela revelação de que havia mantido contatos extraoficiais com a Rússia, anunciou a Casa Branca.Flyn era o principal assessor para assuntos de segurança nacional do presidente.

Ele teria discutido as sanções americanas contra Moscou com o embaixador russo nos Estados Unidos antes de Trump assumir a Presidência.Flynn teria mentido às autoridades sobre a conversa.Mais cedo, a imprensa americana informou que o Departamento de Justiça havia alertado a Casa Branca sobre os telefonemas feitos pelo assessor de segurança no mês passado. Flynn estaria, assim, vulnerável a chantagem dos russos.

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Antes mesmo de completar um mês, o governo Trump já teve sua primeira baixa

Integrantes do Partido Democrata – que faz oposição a Trump, que é republicano – já haviam pedido a demissão de Flynn.Segundo a lei americana, civis não podem conduzir a diplomacia dos Estados Unidos. Qualquer iniciativa neste sentido é ilegal.Em sua carta de renúncia, Flynn disse que havia “inadvertidamente informado o vice-presidente eleito e outros com informação incompleta referente às chamadas telefônicas com o embaixador russo”. Segundo um comunicado divulgado pela Casa Branca, o general Joseph Keith Kellog havia sido indicado para ocupar a vaga deixada por Flynn.Flynn, que é general reformado, negou inicialmente que havia discutido por telefone as sanções com o embaixador da Rússia nos Estados Unidos, Sergei Kislvak.Na ocasião, o vice-presidente, Mike Pence, também negou ter sido informado sobre os contatos.No entanto, Flynn acabou confessando à Casa Branca que as sanções teriam sido discutidas durante os telefonemas, feitos antes de ele assumir o cargo.O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou a jornalistas na segunda-feira que Flynn e Kislyak não discutiram a suspensão das sanções.No mesmo dia, a líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara de Deputados no Brasil), Nancy Pelosi, instou Trump a demitir Flynn.Em sua conta no Twitter, ela afirmou que o agora ex-assessor de segurança “não era confiável para servir os melhores interesses e a segurança nacional dos Estados Unidos”.Vários congressistas democratas também engrossaram o coro pela demissão de Flynn e pediram ao presidente do comitê de investigação da Câmara dos Representantes, Jason Chaffetz, que lançasse uma investigação sobre as ligações dele com a Rússia.A senadora republicana pelo Estado americano do Maine, Susan Collins, disse ser “problemático” que Flynn tenha feito qualquer negociação com um governo estrangeiro antes de assumir o posto.Flynn, que havia sido anteriormente demitido por Barack Obama como diretor da Agência de Inteligência de Defesa, foi um ardente defensor de Trump durante a campanha presidencial americana.Ele acabou se tornando um aliado próximo tanto do presidente quando de seu estrategista-chefe, Steve Bannon.Flynn defendeu ações mais duras contra Irã e mais brandas contra a Rússia, mas dúvidas foram lançadas sobre sua suposta proximidade com Moscou.Evangélicos se unem para combater preconceito dentro das igrejas
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Proximidade de Flynn com Rússia foi alvo de questionamentos antes mesmo dele assumir o cargo de assessor de segurança nacional

Cronologia da renúnciaFlynn teria falado por telefone com o embaixador russo nos Estados Unidos, Sergei Kislyak, em várias ocasiões em dezembro, quando ainda não estava no cargo de assessor de segurança nacional.Flynn negou que os dois tivessem discutido as sanções americanas contra Moscou; o vice-presidente Mike Pence também desmentiu que houvesse sido informado sobre os contatos.Um porta-voz de Flynn voltou atrás, e informou à imprensa que o então assessor de segurança nacional “não estava certo” de que não havia discutido as sanções.Na segunda-feira, a conselheira da Casa Branca, Kellyanne Conway, disse que Trump tinha “total confiança” em FlynnPosteriormente, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, afirmou que o presidente estava “avaliando a situação”. Horas depois, Flynn renunciou

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General reformado Keith Kellogg será substituto de Flynn

Quem é o substituto?O tenente-general Keith Kellogg foi indicado como assessor de segurança nacional interino, e está longe de ser apenas um recém-chegado à administração Trump.Ele tem mais de 30 anos de experiência nas Forças Armadas, e serviu no Vietnã, Camboja, Panamá e no Golfo.Durante a Guerra do Iraque, ele ajudou a comandar a coalizão que governou o país em 2003 e 2004, antes de trabalhar para uma empresa de defesa com contratos com o governo americano, segundo a agência de informações financeiras Bloomberg.Mais recentemente, ele aconselhou Trump sobre assuntos de segurança nacional durante sua campanha, e havia sido indicado para atuar como chefe de gabinete do Conselho de Segurança Nacional na nova gestão.

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