Apenas 0.6 por cento do universo de agricultores existentes nos 154 distritos das 11 províncias de Moçambique é que têm acesso ao crédito para o desenvolvimento de suas actividades agrícolas. A informação consta do inquérito agrário integrado – 2020 apresentado nesta quinta-feira, em Maputo, pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), Celso Correia, e que estará disponível para o público a partir do dia 15 de Junho.
Segundo Celso Correia, esta situação poderá vir a mudar com o Sustenta, dado que este programa incorpora todos problemas que os agricultores enfrentam e transforma o sector agrário no país e dos agricultores que procuram financiamento, sementes de qualidades e acompanhamento dos extensionistas como forma de impulsionarem as suas actividades. Na apresentação do inquérito, Celso Correia disse que estávamos diante de um marco histórico no sector porque o instrumento iria permitir uma planificação real e não baseada em estimativas que muitas vezes acabam sendo especulativas.
No inquérito consta também que apenas 9.7 % dos agricultores é que usa sementes agrícolas melhoradas e que o país não produz 14 mil milhões de toneladas de mandioca conforme avançavam dados históricos, mas sim 6 milhões de toneladas do tubérculo. Na ocasião, Correia revelou que o inquérito demonstrou que Moçambique produz mais gergelim do que aquilo que era declarado.
No documento apresentado pelo super-ministro, Celso Correia, as províncias de Tete e Zambézia é que mais se destacam em várias áreas da produção agropecuária. Tete destaca-se pela produção de milho, feijão manteiga, gado bovino e suíno, pequenos ruminantes, tabaco, entre outras culturas. Zambézia surge na frente com a produção de arroz com 31, 23% , soja, feijões com 33, 81%. Nampula destaca-se na produção da mandioca com 41, 64%, castanha de caju, algodão e amendoim. Sofala com gergelim e galinhas. Manica com macadamias e província de Maputo destaca-se com o maior produtor de cana de açúcar.
Segundo Celso Correia, a maior ambição do sector é sair dos actuais 4, 8% registados até ao final do 1º trimestre, o grande desafio será de chegar aos 8%. Correia disse que este instrumento permitirá que os diferentes sectores possam programar-se devidamente e intervir com informações reais e factuais. (Omardine Omar)
Fonte: Carta de Moçambique