Ontem, na Assembleia da República, Amade Miquidade, o Ministro do Interior foi categórico: “a situação de segurança em Cabo Delgado continua complexa”. O Ministro do Interior respondia às questões formuladas pelas bancadas da Frelimo e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).

 

A situação é continua complexa, explicou Miquidade, devido à adopção de técnicas de guerrilha, flagelação e fuga por parte dos grupos terroristas e, ainda, pelo uso da população como escudos humanos. “A situação de segurança, em Cabo Delgado, continua complexa devido à adopção de técnicas de guerrilha, flagelação e fuga por parte dos grupos terroristas e, ainda, pelo uso das populações civis como escudos humanos”, disse Amade Miquidade.

 

Apesar do quadro sombrio, o governante avançou que, neste momento, decorrente das investidas que vêm sendo levadas a cabo pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS), os terroristas estão em fuga e em busca de refúgios seguros, principalmente, em zonas remotas dos distritos de Quissanga e Mocímboa da Praia. No entanto, vincou Miquidade, as FDS continuam, sem cessar, no encalço dos atacantes.

 

Paralelo à perseguição, anotou Amade Miquidade, prosseguem acções tendo em vista o corte das linhas de abastecimento logístico e militar dos terroristas, nomeadamente armas, comida, transporte e comunicação, bem como inviabilizar a estratégia de novos recrutamentos para as suas fileiras.

 

Adiante, o Ministro do Interior ocupou-se de traçar o perfil e o modus operandi do grupo que está a semear luto e terror naquela província da região norte do país, desde Outubro de 2017. Miquidade disse que o grupo não possui bases fixas; usa farda das FDS; drones para o reconhecimento; alicia algumas lideranças religiosas; usa locais de culto para perpetrar ataque; insere-se nas comunidades sob coacção.

 

Anotou ainda que, neste momento, o “inimigo” está a raptar pessoas para, entre outros, dar a impressão de que são numerosos, usar como escudo humano e para transportar produtos do saque.

 

A província de Cabo Delgado é palco, desde 05 de Outubro de 2017, de ataques armados. De lá a esta parte, estima-se que pouco mais 1.100 pessoas já perderam a vida em consequência dos ataques armados e várias infra-estruturas, entre públicas e privadas, já foram parcial ou totalmente destruídas. Aliás, o Centro de Integridade Pública (CIP) estima que a província tenha perdido cerca de 2 biliões de Mts em receitas fiscais nos primeiros dois anos dos ataques armados, o correspondente a cerca de 27.6% da receita total da província. (I. Bata)

Fonte: Carta de Moçambique

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