Hermínio dos Santos era um homem polémico, mas com fortes convicções. Dos Santos empunhava-se como líder das manifestações dos desmobilizados que reclamavam pela melhoria das suas pensões.
Várias vezes detido, Hermínio dos Santos nunca se vergou perante as autoridades. Mas não resistiu à doença que o deixou com parte do corpo paralisado no dia 6 de Junho.
No hospital, foi-lhe diagnosticada tensão alta e ficou internado por alguns dias. Na semana passada, recebeu alta, mas viria a perder a vida na madrugada desta sexta-feira em casa após ter uma recaída enquanto já recuperava.
Os familiares dizem que Hermínio não gozava de boa saúde nos últimos seis meses. Agora, atingidos por este infortúnio, os familiares do antigo combatente queixam-se da falta de assistência por parte do Ministério dos Combatentes.
Aliás, o filho do malogrado, Angachero Hermínio dos Santos, contou ao jornal O País, ontem, que o Ministério teria prometido apenas cinco mil meticais como contribuição para pagar parte das despesas do funeral.
Assim, inconformados, os familiares marcaram uma audiência com o ministro para esta segunda-feira, mas receiam não serem recebidos alegadamente pelo facto de que Hermínio era da oposição.
Por sua vez, os amigos e colegas descrevem Hermínio dos Santos como um homem corajoso e prometem continuar a lutar pelos direitos dos desmobilizados de guerra.
Em 2016, Hermínio dos Santos criou o Partido Humanitário de Moçambique, de que era presidente até a data da sua morte.
O malogrado deixa 10 filhos e duas viúvas.