O que fazer para compartilhar um diagnóstico médico preocupante ou providências que gostaria que fossem tomadas no fim da sua vida Há uma boa chance de você já ter vivido momentos complicados na relação com os filhos, quando teve que chamá-los para conversas espinhosas sobre dedicação aos estudos, más companhias, sexo ou comportamentos de risco. E quando o problema é contigo? Pode ser um diagnóstico médico preocupante ou providências que gostaria que fossem tomadas no fim da sua vida. Embora 90% considerem importante falar com as pessoas próximas sobre o assunto, apenas 27% têm disposição para enfrentar o tema.
São questões que nos enchem de ansiedade e medo. Também não sabemos como os filhos vão reagir: se entrarão em estado de negação ou de desespero. Como pais, gostaríamos de não alarmá-los, mas negar-se ao diálogo poderá magoá-los ao descobrirem que estão sendo impedidos de ajudar. Depois do choque inicial, a rede de afeto e proteção sairá fortalecida. Quanto antes souberem, mais poderão servir de suporte.
Conversas difíceis que não devem ser adiadas: compartilhar um diagnóstico médico preocupante ou providências que gostaria que fossem tomadas no fim da sua vida
Alex Park para Pixabay
No caso de uma doença séria, tente se informar sobre detalhes do diagnóstico para compartilhar o maior número de informações sobre a enfermidade. Leve as anotações que tiver e peça para alguém tomar nota das dúvidas de todos. Nessas horas, não se deve confiar na memória. Se houver a possibilidade de um profissional de saúde participar do encontro, melhor ainda. Explique a situação, mas ouça também, porque estamos tratando de emoções e sentimentos, principalmente se o caso for tão grave que você gostaria que os mais próximos se comprometessem a realizar seus últimos desejos.
Escrevi, em mais de uma ocasião, sobre as diretivas antecipadas de vontade, quando se deixa por escrito as recomendações sobre os tratamentos que queremos e os que não desejamos receber. A SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia) criou o “Cartas na mesa”, uma espécie de jogo que auxilia nas escolhas e que pode tornar menos pesada discussão tão árida, já que qualidade de vida no fim da existência deve ser uma prioridade.
Estar atento a sinais de perda de memória e declínio de compreensão é valioso para iniciar uma outra conversa difícil: significa que está se aproximando o momento de os filhos terem uma participação e poder de decisão maiores. Eles não devem ficar no escuro sobre dados bancários, bens, investimentos e senhas, por mais penoso que a providência soe para nossa autoestima. Se por acaso os laços familiares são frágeis, procure entre os amigos quem lhe garanta assistência. A pior opção é guardar tudo para si – sempre há o risco de ser tarde para se tomar a melhor decisão.

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